Timberlake Wertenbaker escreveu Novas Anatomias retratando as principais questões que Isabelle Eberhardt nos ofereceu com a sua extraordinária vida. Mulheres que se rebelam contra as convenções sociais para viverem a sua própria verdade, ou questões de género, são assuntos com os quais ainda hoje nos debatemos. Wertenbaker coloca cinco actrizes a representar várias personagens, cada uma incorporando caracteres tão diferentes como frágeis mulheres europeias, militares coloniais ou homens árabes. Uma peça que nos conduz pelos ambientes e desafios com que se debateu Isabelle, numa entrega total na procura de sabedoria, sempre testando os seus próprios limites. Foram desafios que acabaram por derrubá-la, mas que nos levam a nós mais longe, por horizontes mais abertos e tolerantes.
DIRECÇÃO GERAL – Fernanda Lapa
ELENCO – Andreia Macedo, Filipa Vieira, Lígia Santos, Marta Jorge, Melanie Salomão, Rita Costa / MÚSICO – Luís Espadana
DRAMATURGIA – Ana Tamen
VOZ E ELOCUÇÃO – João Grosso
CORPO E MOVIMENTO – Tiago Porteiro
DESENHO DE LUZ – João Alves
CONSTRUÇÃO DE ADEREÇOS E APOIO AOS FIGURINOS – Marta Riera
AGRADECIMENTOS
Escola de Mulheres, Isabel Medina, António Lagarto, João Lucas, Ângela Simões
6 e 8 de Março – 21:30h
No Clube Estefânia (Espaço Escola de Mulheres) – R. Alexandre Braga, nº 24 A – Lisboa
reservas – 915039568
ENTRADA GRATUITA
“Novas Anatomias” é uma peça sobre a escritora e aventureira Isabelle Eberhardt, uma mulher fora do seu tempo, que na passagem do século XIX para o século XX se atreveu a sonhar desenfreadamente, vivendo intensamente contra todas as convenções. Inspirada pelas suas leituras sobre o oriente e pela sua ânsia de liberdade, partiu muito nova para a Argélia entregando-se ao encanto dos sentidos devolvidos pelo deserto. Travestida de homem árabe, apresentando-se como Si Mahmoud, partiu só, feita nómada, à procura de sabedoria e de liberdade pelas areias do Sahara. A genuinidade da sua acção fez com que fosse aceite no mundo árabe, levando-a a frequentar vários mosteiros islâmicos e a estabelecer contactos com importantes líderes espirituais. Uma aventureira que ingenuamente chamou as atenções das autoridades coloniais, de quem era uma dura critica. Isabelle viveu muito depressa e morreu muito nova, com apenas 27 anos, mas será sempre um exemplo de vida. Hoje, do alto das estrelas mais brilhantes do deserto, tenho a certeza que cintila com os últimos acontecimentos do norte de África.
É um prazer partilhar este trabalho com todos, em homenagem a Isabelle Eberhardt e aos sonhos de liberdade.
Andreia Macedo